sábado, 27 de fevereiro de 2021

enquadra pt.3: refletindo sobre o jogo pronto

o jogo tinha dois problemas grandes de design que eu tentei corrigir. o primeiro é que o posicionamento inicial das peças tornava trivial que o primeiro jogador chegasse perto de formar uma linha. o único jeito disso não ocorrer era se um oponente conseguisse remover uma de suas peças. isso fazia o jogo começar muito rápido, em pouquíssimos turnos alguém ganhava ou uma peça já era removida. não dava tempo do jogo de desenvolver, mesmo sendo um jogo naturalmente bem curtinho.

corrigi isso mudando a posição das peças iniciais e botando uma no canto do tabuleiro. posicionar uma peça no canto tem considerações estratégicas interessantes. fica impossível do oponente conseguir travar ela, já que não tem espaço em lados opostos, mas também não é tão útil na formação de uma linha, também pois não é possível botar peças aliadas em dois lados.

o posicionamento inicial já trás considerações estratégicas como por exemplo, que peça já vai começar o jogo travada pelo oponente e que peça você deixa livre. onde você já pode começar tentando fazer uma linha e que habilidades já vão ser úteis nesse momento inicial. eu costumava deixar peças que recuperavam vida dos outros inicialmente travadas, já que nos primeiros turnos poucos aliados teriam perdido vida, e tentava formar uma linha inicial com peças que curavam a si próprias, caso o oponente tentasse me bloquear com peças agressivas.


screenshot de uma partida em andamento



outra mudança necessária foi tornar as peças agressivas mais fortes. os poderes delas foram herdados do Mesa Posta, porém a tendência naquele joga era as peças perderem pontos constantemente. como no Enquadra a tendência é elas perderem vida mais lentamente, mas eu ainda queria a mesma ameaça das peças serem removidas, só que de forma mais controlada, os poderes agressivos precisaram ficar mais fortes para compensar.

o joguinho ainda é super curtinho. ele é funcional, mas ainda não me agrada tanto, acho que gosto mais do Mesa Posta inclusive, ele é mais dinâmico com a instabilidade das peças sendo constantemente removidas. apesar das mudanças no Enquadra realmente tornarem o jogo mais tático, não acho que ele dura o suficiente para isso ser bem desenvolvido.

as peças perderem um de vida quando são movidas não faz tanta diferença, eu achei. eu queria com essa mecânica que o jogador precisasse balancear o uso de uma peça com a recuperação dos seus pontos de vida, mas acabou que as habilidades agressivas dos oponentes eram quase unicamente responsáveis pelo perigo de uma peça ser removida. entretanto, essa mecânica ainda traz o benefício de dar mais peso para a escolha de mover uma peça. se o movimento não for útil, a jogada só fez enfraquecer essa peça e isso traz um certo peso. além disso, peças que curam a si próprias ganham uma qualidade particular de não precisarem dessa consideração, já que podem renovar os pontos perdidos pelo movimento na mesma hora, e acabam sendo flexíveis por isso.

no desenvolvimento do jogo tive algumas ideias para iterar ainda mais esse design que pretendo experimentar em algum momento no resto do ano. acho que a mecânica de travamento é interessante, apesar de não fazer tanta diferença aqui, e começa a desenvolver uma temática interessante de avizinhamento. a formação de uma linha de três peças, isso é, uma peça central e duas vizinhas, o travamento das peças por estarem enquadradas pelo oponentes e as habilidades que atingem peças adjacentes todas criam um conjunto variado e denso de mecânicas em volta do conceito de adjacência. é isso que eu quero explorar mais e aprofundar futuramente.

 


screenshot da tela de título do jogo com as opções de men
visual final da tela de título

 

Sem comentários:

Enviar um comentário

Floreio, minha gramática de geração procedural de texto

Gostaria de falar um pouco da ferramenta de geração procedural de texto por gramática de substituição que eu venho desenvolvendo na Unity pa...